quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Bananas ao vento



Na reunião com o Wellington, ele nos passou “Bananas ao vento – Meia década de política e cultura em São Paulo”. O autor é Jefferson Del Rios, nosso já citado ex-orientador. Ler o livro foi uma delícia, só deu essa dorzinha no coração de saber que ele poderia nos ajudar muito com alguns personagens. Mas, tudo bem.

O livro é uma delícia de ler, leve. Jefferson relata carinhosamente o que viveu em São Paulo entre 1964 e 1971 – em linguagem jornalística, com muitos nomes e informações. Em “Bananas ao vento”, a contracultura paulistana é destrinchada na música, no teatro, no cinema e nas artes plásticas. Na música, começa pela adolescência paulistana de Chico Buarque, passa pelos bastidores dos Festivais, fala sobre os barzinhos no centro, sobre a Tropicália - quando ainda era um movimentozinho de uns baianos magricelos em SP.



Símbolo da contracultura: Dois perdidos numa noite suja, Plínio Marcos



No teatro, que é explorado com paixão, Jefferson vai de Plínio Marcos e “Dois perdidos numa noite suja”, em 66, ao Grupo de Teatro da Cidade que revelou Sônia Braga. Fala também dos cineastas Rogério Sganzela, diretor do clássico “Bandido da Luz Vermelha” e Andréa Tonacci, dos escritores José Agrippino de Paula e Mario Prata, de Antônio Benetazzo, militante e artista morto pelo regime militar aos 31 anos – isso, só para citar alguns. Fala também dos circuitos e rixas universitárias, ações da repressão e dos cursinhos alternativos. Enfim, fala de todos que estiveram envolvidos na vanguarda e na contracultura paulistanas da época.

Ah! "Bananas ao vento" é um verso de Geléia Geral, poema de Torquato Neto musicado por Gilberto Gil, um dos hinos tropicalistas: "Um poeta desfolha a bandeira/E eu me sinto melhor colorido/Pego um jato, viajo, arrebento/com o roteiro do sexto sentido/Voz do morro, pilão de concreto/Tropicália, bananas ao vento"

Esse vai entrar pra bibliografia do trabalho, com certeza.

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