sábado, 22 de setembro de 2007

Hey ya! Mudamos!

Pois é, caros. O Psicodelia Brasileira está de casa nova!
Depois de muitos bons posts no blogger, resolvemos transferir o conteúdo para o wordpress (com mais ferramentas, etc) e dar continuidade ao trabalho de lá!
Tudo que tem neste blog já está disponível no outro, além de novo conteúdo e outras facilidades de acesso... esperamos que gostem!!!!
VIVA!!!!
Alin, Tati e Ana

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Seis mil!

Que alegria!

Alcançamos a marca de seis mil visitantes. Quando começamos o blog, há sete meses, tínhamos alguma pretensão megalomaníaca, mas nem tanto. Além dessa marca considerável, o trabalho vem despertando interesse de muita gente bacana no mundo da música.

Agora, é a reta final - e isso implica mil brigas, falta de tempo e até falta de tesão, às vezes. Como todo mundo, acabamos deixando várias coisas pra última hora e, agora que faltam dois meses pro prazo final, começa a bater o desespero. Já temos três capítulos escritos, mais três em processo de confecção, a todo vapor. Apesar do sufoco, está sendo uma delícia ler as entrevistar e transformar todo o material bruto, de conversas non-sense, em histórias gostosas.

O Welington, o orientador, disse que precisamos escolher entre um estilo mais crônica, focado na vida particular dos entrevistados, nas histórias, ou um estilo mais reportagem, com dados e contextualização. Pela grande dificuldade em conseguir esses dados, e pela enorme riqueza de histórias de nossos personagens, acho que vamos partir para a crônica.

Agora falta pouco. É a parte mais foda, mas estamos sobrevivendo. Ainda faltam entrevistas importantes - tá sendo quase impossível marcar uma entrevista com Arnaldo Baptista. A dita "corte" que o cerca tá empatando a questão. Não sabemos como vai ser, vamos tentando. Fora isso, praticamente todos os capítulos estão com as entrevistas finalizadas. É muita coisa!

Para comemorar a nossa sobrevivência, o sempre feliz Mopho:

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Psicodelia Brasileira Recomenda: Lançamento de livro do Zé Rodrix - RJ/SP


Para paulistanos e cariocas...


Zé Rodrix está lançando o último livro de sua trilogia, Esquin de Floyrac, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para os fãs, fica o convite - dia 16 de setembro, 14h, no Café Literário da XIII Bienal do livro do Rio de Janeiro, 17 de setemnbro, 19h, na Livraria Argumento (RJ), 19 de setembro, 18h30, na Livraria da Vila. Para os que não conhecem o lado escritor do músico, um comentário de Luis Eduardo Matta, do site Digestivo Cultural:


"Na minha opinião, Zé Rodrix é um dos mais importantes nomes do romance brasileiro contemporâneo e juro que não consigo compreender como a mídia ainda não reconheceu isso ou, pelo menos, não da maneira como este extraordinário escritor merece. Zé Rodrix, nome artístico de José Rodrigues Trindade, é uma das figuras mais versáteis da cultura brasileira contemporânea. Maestro, compositor, cantor, arranjador, publicitário, ator, professor, escritor e dono de uma inteligência prodigiosa e um enorme carisma, Zé Rodrix demonstra em Zorobabel: Reconstruindo o Templo, como a criatividade, aliada a uma maneira clara e certeira de contar uma história, pode produzir uma obra literária de vulto e, ao mesmo tempo, de grande apelo junto aos leitores. Zorobabel: Reconstruindo o Templo, é o segundo volume da Trilogia do Templo, que teve início com o igualmente extraordinário Johaben: Diário de um Construtor do Templo, lançado em 1999 e deverá ser fechada com chave de ouro, em 2007, com Esquin de Floyrac: O Fim do Templo. O romance mistura realidade e ficção para reviver um período conturbado da Antiguidade, que começa no auge do Império Babilônico, época em que as tropas de Nebbuchadrena’zzar (Nabucodonosor) invadiram Jerusalém e destruíram o bíblico Templo de Salomão, provocando a primeira diáspora judaica e culmina com a queda da Babilônia em poder dos persas comandados por Cyro, o Grande. O protagonista é Zorobabel, um jovem judeu que cresce como escravo na Babilônia e, depois da libertação de Jerusalém pelos persas, torna-se governador da Judéia, reedificando o Templo. Trata-se de uma saga épica e fascinante sobre os primórdios da Maçonaria que, assim como o primeiro volume da trilogia, só encontra paralelo na literatura brasileira, no que Nélida Piñon realizou com o seu maravilhoso Vozes do Deserto. O livro tem mais de seiscentas páginas que são lidas com voracidade em uma semana, se tanto. Um dos grandes romances brasileiros publicados no século XXI, que irá fascinar todos aqueles que adoram um livro repleto de aventura, capaz de nos transportar até um passado, cuja magia, permeia o nosso imaginário há séculos."

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Hey man

Duas bandas que vamos tratar neste trabalho têm uma música chamada "Hey man". O engraçado é que o Som Imaginário e o Ave Sangria não se conheciam. "Hey man" do Som Imaginário saiu em 1970; "Hey man" do Ave Sangria, em 74.
Os assuntos tratados nas duas músicas são tão diversos quanto a origem e formação das duas bandas. Mas não deixa de ser uma questão emblemática.

Hey Man (Som Imaginário)
Sua cidade
De vidro e aço
Prende você
Seus documentos
E as duplicatas
Cegam você

Hey hey hey man (2x)

Você precisava da taça de ouro
Que você só viu por de trás das vitrines
Você precisava beber nessa taça
Que você pagou com o sangue
Que nela bebeu

Só que nesse instante você foi feliz
Você é feliz quando pode
É que nesse instante você foi feliz
Você é feliz quando deixam

Hey man (Ave Sangria)

Hey man,
Você precisa correr mais riscos do que eu
Hey man,
Pobre de quem não percebeu
Hey man,
Você precisa correr tanto risco quanto eu
Hey man, pobre de quem não se perdeu

Ela subiu pela colina correndo vestida de amarelo
Corpo suado e maneiro, ela me viu e não se escondeu
Uma sensação me deu
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão

Hey man,
A vida é feita de pedaços do céu
Hey man,
Pobre de quem não teve o seu
Hey man,
A vida é feita de pedaços do céu
Hey man,
Pobre de quem não teve o seu

Ela subiu pela colina correndo vestida de amarelo
Corpo suado e maneiro, ela me viu e não se escondeu
Uma sensação me deu
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão(2x)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Três Margaridas

Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Três margaridas
Uma é sapeca e morena
Outra é loura e coquete
A terceira, ruiva e sardenta
Morde uma dúvida entre os dentes
Essa dúvida vermelha
Maçã de pedra estralando
Guarda a semente vermelha
De uma transformação
Ouve-se uma canção
Ouve-se uma canção
Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Duas margaridas
A terceira, ruiva e sardenta
Escapuliu colorida com um amante
Para outra vida

(Ave Sangria)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Psicodelia Brasileira Recomenda: encontro de integrantes do Módulo 1000 em show

Aos cariocas psicodélicos, uma mensagem de Luiz Paulo Simas (Módulo 1000/ Vímana):


Show de lançamento do CD "Cafuné", de Luiz Paulo! Amanhã!


Luiz Paulo Simas - teclado e voz (Módulo 1000/ Vímana)
Bruce Henry - baixo
Claudio Infante - bateria
Daniel Cardona Romani - guitarra (Módulo 1000)
Chico Sá - sax e flauta
Lila Shakti - vocais

Local: Letras & Expressões - Ipanema
Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 276 perto da rua Vinicius de Morais
Tel: 2521-6110 (Vendas a partir de segunda-feira 10. Reservas somente no dia do show até as 19hs)
Data: quarta-feira 12 de setembro às 21h
Preço: R$20 ($10 estudantes e seniors)


"Cafuné" é o primeiro CD que eu lanço simultâneamente no Brasil e nos Estados Unidos, com composições minhas em português. É um trabalho que eu sempre quis fazer e que finalmente realizei.
Espero ver todos voces lá!!!
Abraços,
Luiz Paulo Simas

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Depois do desbunde, a propaganda

Zé Rodrix saiu do Som Imaginário e virou estradeiro com Sá & Guarabyra. Tavito fundou uma bem-sucedida empresa de jingles, em que trabalha até hoje. Zé chegou a trabalhar na empresa do companheiro.

Aqui, incursões de Zé Rodrix no mundo da propaganda, na década de 70:





Não estou certa disso, mas creio que foram frutos da empresa de Tavito.
Fonte: Luís Nassif

sábado, 8 de setembro de 2007

Som Imaginário, a missão

Enquanto lá fora todos aproveitam o feriado maravilhoso, a gente se interna na frente do computador. Como bem disse a Aline, estou no meio de um transe, ouvindo pela 19a vez o primeiro disco do Som Imaginário sem parar, praticamente louca por tabela. 40 páginas de word de entrevista, pra começar a escrever. É mole?

Mas deu pra dar umas risadas (nervosas):

"Era do bom! Vinha da Califórnia. Era uma coisinha, parecia um grafitezinho sextavado cor de laranja, e dava 12 horas de viagem. Sem anfetamina. O Marco Antonio Pena Araújo tomava três, quatro por dia" (Zé Rodrix).

"Ele uma vez sumiu. Sumiu, sumiu, ficamos três dias sem saber dele, começou a dar aquele medo, por mais despreocupado que fosse, porque pela segurança de todos... então qdo descobriram ele tinha ido pro jardim botânico, ficou três dias, achando a vida um espetáculo, aquela coisa..." (Tavito)


"Uma coisa que nos diferenciava de todo mundo é que nós éramos um grupo com liberdade de pensamento político, e também sob o efeito de alguma magia, com tendência a rebeldia, e na época estávamos muito ligados ao espiritismo, budismo, cambomblé e muitas das nossas coisas eram baseados nessas crenças e experiências" (Milton Nascimento)


"Tava difícil até de cantar, o bagulho era tão forte que ficava todo mundo de boca seca, não vinha saliva, a gente ficava com dificuldade de cantar, era uma zoeira" (Fredera)




E viva o Redbull! Transcrições numa noite quente...

Sim, essa vida não tá fácil... prometemos pra nós mesmas queaté o final do feriado teríamos mais 4 capítulos prontos - Módulo 1000, Vímana, Serguei e Som Imgainário... e cá estamos, pra lá de 1 da madruga, sentadas no computador...Trabalhoso mas divertido... algumas pérolas do Lobão (que foi a última fita que eu transcrevi) pra alegrar os corações... Tati tem umas ótimas do Tavito e do Zé Rodrix que ela postará depos que sair do transe...rs...

"Na verdade eu tive a sorte de cair numa banda que... eu queria trepar, foder, as na verdade, parecia um mosteiro. Tudo mto assim... treinava 10 horas por dias. "

"Ele [Luiz Paulo, tecladista do Vímana] parecia o visconde de sabugosa! Ele é totalmente distraído. Quando a gente morava junto, ele saía pelado do banheiro com a toalha na boca, ele tava compondo... com o braço esticado assim, olhando pra cima... tocando no braço... teclado com a mão direita..."

"A primeira doença venéria que eu contraí, foi quando eu entrei no vímana. Pô, eu era semivirgem! Foi num dia do soldado... 25 de agosto de 77, eu fazia 18 anos... E eu pensava, porra, vou ter que comer uma mulher... eu morava ali num lugar em laranjeiras, que tinha o famoso BO, "Buceta de Ouro", um puteiro, uma casa colonial... e eu fui lá... consegui, e na semana seguinte eu consegui dinheiro e fui lá, eu me lembro, sentei lá fazendo pose de cara experiente e pedi um guaraná caçula, hahahhahaa, cheio de chinfa... tava dando a maior bandeira... e na semana seguinte fui de novo e descolei uma gonorréia, o que naquela época era motivo de orgulho... vc praticamente tinha que cantar, era um upgrade... e eu sofria assédios sexuais... hahahahhaa"

"Pô, eu me lembro...a gente tava ensaiando no Teatro Casagrandre, o Fernando nunca foi de verbalizar, ele é mto na dele... aí to eu lá, tocando bateria e vendo tudo lá da frente, tinha assim o Lulu, o Fernando e comecei a ver o Lulu peitar o Fernando, burburinho, daqui a pouco parou todo mundo e eu so vejo o Lulu com aquela boca enorme e eu só vendo a silhueta... daqui a pouco veio...
Fernando: Lulu, deixa eu só falar uma coisa?
Lulu: não, vc não tem razão, não vai falar nada...
Fernando: é que vc ta com bafo de merda, por favor, para de falar...
Aìí Lulu esmureceu, saiu frágil, chorando, ofendidíssimo, a gente ria, e o Fernando tentando explicar... aí depois chega o Lulu, olha pra todo mundo teatralmente, encara todo mundo, pega uma craviola, toca uma musica linda, mto canastrona, “Amanhã, eu prometo, eu vou ser outra pessoa, espere até amanhã”... "


Quem viver, verá!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Laílson e seus traços psicodélicos


Laílson de Holanda Cavalcanti (tem nome mais tradicional que esse?) é capricorniano, nasceu em 1952 em Recife. Novinho, foi estudar nos EUA e começou a publicar suas charges por lá. De volta ao Brasil, se uniu aos colegas Paulo Rafael e Zé da Flauta e formou a banda Phetus. Em 1973, grava com Lula Côrtes um dos clássicos do Udigrudi, o álbum Satwa.

Seus traços acompanharam a onda ultrapsicodélica. Confira alguns trabalhos daquela época:


"Por trás de tudo a realidade"
"A dama dos cogumelos"


"Antes de morrer eu queria lhe ver mais uma vez"



quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Spectrum no Poploaded!


Essa informação veio do Rodrigo Carneiro, que ouvindo o Poploaded, no IG, reparou que o Fábio Massari colocou Spectrum pra tocar! Ótimo!

Pra quem não conhece, o Poploaded é o podcast do Massari e do Lúcio Ribeiro.


Escuta aqui! Tá no segundo bloco do programa #26

Quem curtiu, baixe aqui o disco inteiro

Quem quiser saber mais sobre a banda, o filme, etc, etc, etc, clique aqui e aqui


E pra quem ficou curioso, quer ouvir mais da década da psicodelia brasileira... é só dar uma fuçada nos posts anteriores!


terça-feira, 4 de setembro de 2007

São Francisco celebra 40 anos do "verão do amor"

Mais um post da série: (clipping) preguiçoso...


03/09/2007 - 15h31


São Francisco celebra 40 anos do "verão do amor"
Da Ansa
John Schults/Reuters


Ray Manzarek (ex-The Doors) visita o túmulo de Jim Morrinson, em cemitério de Paris (03/07/2001)LOS ANGELES, 3 SET (ANSA) - Era a cidade da geração beat, no Estado da Califórnia, que mais que qualquer outra conseguiu encarnar os sonhos e as aspirações dos filhos das flores. Quarenta anos após o Summer of Love de 1967, São Francisco celebrou neste domingo o aniversário daquela incrível estação.


Para comemorar a data foi feito um show grátis, no espírito de então, que recebeu algumas das estrelas dos anos 60 como Ray Manzarek dos The Doors, Jefferson Starship, Barry Melton, James Gurley e muitos outros, que tocaram para um público de 40.000 pessoas ainda dispostas a celebrar aquele sonho, mesmo ele tenha acabado de forma triste.


"Pensávamos que podíamos mudar o mundo, pensávamos ter condições de criar um 'Mundo cristão do amor', naturalmente não ocorreu. Aqui estamos nós hoje, 40 anos depois, e ainda em guerra. Foi uma grande desilusão", disse à Reuters Ray Manzarek, de 68 anos, tecladista dos The Doors.Aquele de 1967 foi para São Francisco um verão particular. A cidade se tornou o centro das jovens gerações que queriam viver um estilo de vida diferente. Sob o slogan de "sexo, drogas e rock'n'roll", pregavam o amor, a abolição das barreiras sociais e a retirada das tropas americanas do Vietnã, e hoje, muitos dos garotos de então retornaram, com alguns cabelos brancos a mais, para cantar os mesmos slogans, fumar maconha e reviver o estilo hippie.


Algumas mulheres, no parque de Golden Gate, vagaram por toda o dia oferecendo abraços grátis a todos, mas a nostalgia e o sentimento de desilusão se mostravam claros na comemoração."Sinto-me traído por aquelas mesmas pessoas que preconizavam a filosofia hippie, muitos dos ideais que pareciam então muito sólidos foram traídos pelas nós mesmos, pelos mesmos hippies. Muitos de nós o fizeram por dinheiro e se tornaram yuppies e republicanos", disse Fito De La Parra, percursionista da banda Canned Heat.
Barry Melton, conhecido antão pelo apelido de The Fish, que há tempos deixou a carreira musical para seguir a de advogado, disse que o que estragou tudo, os garotos e os ideais, foram as drogas. "Havia uma atitude benigna com a droga, um comportamento muito ingênuo, cometemos erros significativos", disse ele.
O próprio slogan de amor e amizade eternos foram traídos pelos próprios, freqüentemente ocorreram rupturas dentro das tantas bandas de rock que se formaram. "Tínhamos valorizado demais a natureza humana, acreditávamos no amor e na amizade e os enganamos, meu desapontamento se voltou contra mim mesmo", comentou James Gurley, 67, que tocou com o grupo Big Brother and the Holding Company antes de romper com a líder Janes Joplin, que acabou morrendo posteriormente de overdose. (ANSA)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Discos e internet

A seguinte reportagem, publicada no Link desta segunda, foi feita com uma mãozinha nossa. Peuqena homenagem a todos que disponibilizam as bolachas na internet e disseminam conhecimento.

Velhos, LPs convivem bem com a era do MP3

ERNESTO RODRIGUES/AE
RARIDADE DIGITAL - Fábio Peraçoli, do blog 'Brazilian Nuggets', procura bandas brasileiras raras dos anos 60 e 70 e coloca para download

Nas mãos de fãs e blogueiros, bandas antigas são redescobertas

Se nos anos 90 as gravadoras decidiram trocar o vinil pelo CD de vez, agora na era do formato digital, o MP3 tem ajudado a trazer de volta bandas esquecidas em bolachões na casa dos 30, 40 anos.

Ao se juntarem em comunidades (online ou não), fãs de artistas do passado já subvertem a idéia de que a música teve uma evolução lógica: passou pela fase do vinil, do CD e, agora, do formato digital. Para os fãs, os formatos convivem sem substituir o outro.

Um exemplo é Fábio Peraçoli, de 34 anos. Fã de vinil,ele tem um blog onde coloca para download as músicas de artistas brasileiros das décadas de 60 e 70. “O mais legal da web é poder conhecer bandas de outras épocas. Não precisa ficar limitado. Do ponto de vista de quem ouve, o MP3 coexiste bem com o vinil”, diz.

O que levou Fábio a criar o blog (http://brnuggets.blogspot.com) foi sua curiosidade pelas bandas brasileiras antigas de rock psicodélico que não foram relançadas em CD. “Já gostava de música estrangeira dessa época, mas percebi que não existia informação sobre as bandas daqui”, afirma.

Fábio não tem medo de problemas com direitos autorais. “Não coloco bandas que estão em catálogo em CD. Só discos sem qualquer perspectiva comercial”, diz.

Outro blogueiro (http://loronix.blogspot.com) que faz um trabalho parecido é ‘Zeca Louro’, que preferiu não ter seu nome divulgado. “Bandas como o ‘Dionísio e seu Quinteto’ nunca seriam conhecidas se não estivessem na web. O MP3 criou uma demanda nova pelo vinil. Dá um ar de novidade ao movimento musical do passado”, afirma. ‘Zeca’ acredita ainda que o MP3 provocou uma redescoberta da música brasileira também em outros países.

Um pouco mais realista quanto ao impacto do MP3 na indústria fonográfica, o DJ Anderson Noise vê mais dificuldades mercadológicas.

“Às vezes acho que os discos vão acabar mesmo. A moçada nova não vê prazer em ter o objeto. Mas eu, além de comprar, não vou deixar de lançar discos com meu selo em vinil”, afirma ele, que, pela facilidade de transporte, tem discotecado mais com MP3 ligado a um simulador de vinil.

Também pela praticidade, Amarilis Gibeli, colecionadora de vinis e DJ, passa seus discos para MP3. Mas o caso é diferente. Amarilis, que também é dona da loja virtual http://nearmint.gemm.com, teve um problema de visão. “Fica difícil ver a capa do vinil e colocar a agulha no lugar quando estou sozinha. O computador foi a saída para continuar meu trabalho”, afirma.

Leia na íntegra.