quinta-feira, 31 de maio de 2007
terça-feira, 29 de maio de 2007
Os cabeludos do rock psicodélico - Serguei, Daniel Romani, Luiz Simas
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Da terra da garoa para a cidade maravilhosa...
Vamos falar com o Daniel Romani, do Módulo 1000 e se tudo der certo, com o Mimi Lessa, do Liverpool e com o Fernando Gama do Vímana!
PS.: Este fds tem shows do Lobão em SP e no Rio. Nosso ex-psicodélico lança seu "Acústico MTV".. quem diria, hein?
bom! wish us luck!
Em breve, fotos e videos do fredera... fotos do ronnie, etc e tal!
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Serguei não morreu!!!
O próprio resolve dar sinal de vida e liga hoje no meu celular: "Alô? Esse número estranho tá aparecendo um monte de vezes no meu bina, quero saber quem é que tá me ligando!"
"Sergueeeeeeei".......
Entrevista marcada para este sábado, no Templo do Rock, em Saquarema (RJ). Se Jah quiser tudo dará certo, e ainda teremos um tempinho para tomar sol, sempre rainhas, em Ipanema. Aguardem...
Obs: o Tico e o Teco trocaram uma idéia e acabei descobrindo como postar...
terça-feira, 22 de maio de 2007
Ele é Psicodélico! Serguei!
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Zé Guilherme - partes 2 e 3!
quarta-feira, 16 de maio de 2007
O outro lado da psicodelia de Ronnie Von
Com 17 anos na época, Zé conta que era conhecido como "Zé Louco" e era o único não-careta na banda. Diz, também, que grande parte dos arranjos 'psicodélicos' do disco, as guitarras ultra distorcidas e os sons estranhos, foram viagens musicais de um bando de garotos - da banda, não de Ronnie. Damiano Cozzela, o maestro produtor, apenas teria dado um "toque final" e, em cartos casos, até "estragado" o trabalho dos garotos.
O papel de Ronnie teria sido apenas o de consentir o trabalho dos músicos - e a façanha do disco, diz Zé, não é do cantor, nem de Cozzela, nem de Arnaldo Saccomani, o autor da maioria das músicas, mas das pirações dos meninos que estavam ligados na música de fora.
Polêmicas à parte - deixaremos elas para o livro -, fiquem com os ótimos vídeos de bastidores, gravados na entrevista, em que Zé comenta algumas músicas.
Tem vários outro vídeos, o upload tá meio lento mas já, já eles pintam aí.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Robertinho Silva e os batuques do Som Imaginário
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Psicodelia Brasileira Recomenda
ESPETÁCULOS INÉDITOS ENTRE 10 E 13 DE MAIO
LANÇAMENTO DO CD 'SOLO - AO VIVO' EM COMEMORAÇÃO AOS 40 ANOS DE CARREIRA
PREÇOS POPULARES NA QUINTA, DIA 10
Um dos instrumentistas brasileiros de maior prestígio internacional, o guitarrista, compositor e cantor Toninho Horta se apresenta no Teatro FECAP, entre 10 e 13 de maio, de quinta a domingo, com um show inédito, com músicas de sua autoria e de outros compositores. A Orquestra Fantasma que acompanha Toninho, com diversas formações, há cerca de 30 anos é formada por Rudi Berger (violino), André Dequech (teclados), Yuri Popoff (baixo) e Robertinho Silva (bateria)
O espetáculo marca o lançamento do cd duplo "Solo - Ao Vivo", com o qual Toninho Horta faz um retrospecto de seus 40 anos de carreira.
As apresentações de Toninho Horta no Teatro FECAP serão divididas em duas partes. Inicialmente, Toninho interpreta sozinho algumas de suas primeiras composições: Minha Casa (Toninho Horta), Flor que cheira a saudade (Toninho Horta e Gilda Horta), Segue em Paz (TH e Milton Nascimento), Igreja do Pilar (TH), Diana (TH e Fernando Brant), Além das Montanhas (TH). A partir daí, ele chama a Orquestra Fantasma para interpretarem: Era só começo o nosso fim (Yuri Popoff e Murilo Antunes), Luz do Sertão (Yuri Popoff e Fernando Brant), Paris (André Dequech), Quadros Modernos (Toninho Horta, Murilo Antunes e Flávio Henrique), Valsa Alegre (TH), Cancã da Juventude (TH), Baião Blues Baiano (Yuri Popoff), Viver de Amor (TH), Aquelas Coisas Todas (TH), Beijo Partido (Th), Manoel, o Audaz e Aqui, Ó! (ambas de Toninho Horta e Fernando Brant).
Toninho Horta cresceu em uma família de verve musical e teve em sua formação autodidata forte influência da mãe e de seu irmão mais velho, o baixista de jazz Paulo Horta. Músico profissional já aos dezesseis anos, Toninho há muito tempo é parceiro de Milton Nascimento, Beto Guedes e Lô Borges, nomes que marcaram os anos 70 ao criarem o Clube da Esquina. Com a carreira consolidada nacional e internacionalmente, Toninho Horta lançou até hoje 23 CDs e vem viajando ininterruptamente para o Japão, Coréia e vários países na Europa, onde tem tocado com grandes nomes da música internacional.
O Teatro FECAP (Av. Liberdade, 532, tel.: 0800-551902 e tel. 3272-2277 - www.fecap.br) é o espaço da música brasileira em São Paulo. Desde a sua inauguração em setembro de 2006, com quatro semanas de shows de Paulinho da Viola, o Teatro FECAP vem apresentando o melhor da música brasileira em seus diversos gêneros, quase sempre com espetáculos especialmente concebidos. Entre os artistas que passaram por lá estão: Rosa Passos, Arnaldo Antunes, Tânia Maria, Eduardo Gudin & Leila Pinheiro, Raul de Souza, Roberto Menescal & Andy Summers, Mônica Salmaso & Toninho Ferragutti, Quarteto Maogani & Proveta, Cristina Buarque & Terreiro Grande, Teresa Cristina, Renato Braz e Leny Andrade.
TONINHO HORTA
Toninho Horta - compositor, cantor e instrumentista - nasceu em berço musical. Seu avô materno, João Horta, era maestro e deixou sua marca como compositor de música sacra e popular em algumas cidades mineiras. Além disso, Toninho teve em sua formação autodidata forte influência da mãe e de seu irmão mais velho, o baixista Paulo Horta. Este liderou, nos anos 50, o Jazz Fã Clube - grupo de seletos músicos mineiros que difundiam o melhor do jazz em Belo Horizonte. Assim, Toninho sugava tudo o que podia para o seu conhecimento musical, iniciado precocemente aos dez anos.
Músico profissional já aos dezesseis, incentivado pelo irmão, Toninho começou a tocar na noite belo-horizontina. Nessa mesma época conheceu Milton Nascimento, Beto Guedes e Lô Borges, que mais tarde iniciaram parcerias musicais, culminando no movimento que marcou a história da MPB nos anos 70 - o Clube da Esquina.
Após sua transferência para o Rio de Janeiro, no final dos anos 60, Toninho projetou-se para o mercado nacional. Nos anos seguintes, entre Minas Gerais e o Rio, trabalhou em centenas de gravações, ao lado de muitos artistas consagrados. Dentre tantos, Gal Costa, Nana Caymmi e Elis Regina.
Já nos anos 90, radicado em Nova Iorque, o músico consolidou sua arte no exterior. A partir daí, seguiu viajando ininterruptamente para o Japão, Coréia e vários países na Europa, onde tocou com grandes nomes internacionais. O virtuosismo de sua guitarra deu-lhe o prêmio de 5º melhor guitarrista do mundo pela revista londrina Melody Maker, em 1977, e o 7º melhor, em 1988, consagrando-o como um dos mais admirados músicos dos últimos tempos.
A versatilidade com o violão e a guitarra, o vocal e os arranjos originais fazem deste músico um mestre do bom gosto. Com uma concepção sofisticada, "ele é um dos músicos mais inspirados do mundo no que diz respeito à melodia e harmonia", como sublinha o guitarrista americano Pat Metheny. Além de tal reconhecimento pela crítica mundial e por músicos de toda parte do planeta, Toninho leva na bagagem 23 cds lançados de sua autoria, contando alguns com relançamentos.
Paralelamente à sua carreira artístico-musical, Toninho empreendeu, em 2000, seu próprio selo - Minas Records. Neste já figuram em catálogo seis de seus cds, os quais anteriormente só haviam sido lançado no exterior. Segue, neste projeto, a edição brasileira do restante de sua obra musical.
Um inusitado encontro com George Benson, em 2005, rendeu a Toninho Horta a direção musical de um cd com o instrumentista norte-americano, no Brasil. O músico mineiro, além da responsabilidade da direção, produção e arranjos musicais, também participa ao violão. Ainda em 2005, teve seu nome incluído numa compilação da Sony/BMG americana dos 74 guitarristas mais importantes dos últimos 100 anos do Blues ao Jazz no mundo.
Neste mesmo ano, Toninho Horta recebeu mais um reconhecimento em sua brilhante carreira, com a indicação à 6ª edição do prêmio Grammy Latino. Com o álbum Toninho Horta com o Pé no Forró, o músico mineiro concorreu na categoria melhor álbum de música popular brasileira ao lado de outros grandes artistas da nossa música.
Afora tantos projetos, Toninho prepara o Livrão da Música Brasileira, que será um marco histórico para os apreciadores, pesquisadores e profissionais de música. Trata-se de uma compilação cronológica de 700 partituras, cifras, letras, além de informações sobre as principais composições que marcaram a história da música nacional nos últimos 100 anos.
Além disso, Toninho Horta se empenha na realização do II Seminário da Música Instrumental em 2007, desta vez abrangendo outras cidades e trazendo professores e músicos internacionais de países como Uruguai, Cuba, França, Itália e Estados Unidos.
A ORQUESTRA FANTASMA, por TONINHO HORTA
O nome ORQUESTRA FANTASMA, que intitulou minha banda já com 30 anos de existência, nasceu em Los Angeles, EUA. Quando estava gravando o meu primeiro disco Terra dos Pássaros, em Malibu - Califórnia, no ano de 1976, era um sonho meu colocar uma orquestra de verdade com cordas, madeiras, metais, etc. Porém, naquele disco que foi um dos primeiros álbuns independentes do Brasil, lançado em março de 1980, a realidade me impunha uma "orquestra fantasma", devido à falta de recursos para a produção nesta época. Desta forma, o tecladista Hugo Fattoruso e eu começamos a imitar trompas, violinos e cellos, com o teclado mini-moog e a minha guitarra com pedal de wa.
Em 1981, após 2 discos lançados pela EMI (antiga Odeon), reuni os melhores músicos da minha geração em Belo Horizonte e formei a fiel banda que me acompanha há 25 anos - bodas de prata. A música que vem pra mim de Rudi Berger (violino), André Dequech (teclados), Yuri Popoff (baixo) e Esdra "Neném" Ferreira (bateria) é puro ouro. A riqueza de seus fraseados, suas melodias e harmonias, seu ritmo e "levada" únicos, criaram o meu som e tornaram o meu trabalho reconhecido em todo o mundo.
A nossa estréia foi na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, para mais de 600 estudantes. Logo depois tocamos no Planetário da Gávea (Rio) em noite de lua cheia, num show inesquecível. No terceiro show, abrimos a temporada popular no Teatro Nacional de Brasília, espaço até então reservado para eventos clássicos.
Depois excursionamos por todo o Brasil e terminamos a temporada do ano em nossa casa, no Teatro da Imprensa Oficial, em Belo Horizonte, num grandioso fim de semana musical. Os sons da Orquestra Fantasma também ecoaram pelo exterior nos anos 1990, com o Festival de Jazz de Moscou, shows em Nova York e no Japão.
Desde o ano passado, junto com os planos de um CD de músicas inéditas e com a mesma sintonia do primeiro disco Terra dos Pássaros, a chama se reacendeu; sonho em voltar a sobrevoar o mundo com nossa música misteriosa, rica, mineira e altamente criativa - uma escola para músicos de qualquer parte do planeta.
Minha liderança sobre a Orquestra Fantasma é apenas figurativa, pois os outros maestros da banda tocam seus instrumentos de forma inusitada, pessoal, divina e etérea.
Toninho Horta & Banda Fantasma no Teatro FECAP - Serviço
Local: Teatro Fecap (Av. Liberdade, 532, tel.: 0800-551902 e tel. 3272-2277 - www.fecap.br)
Data: 10 a 13 de maio, quinta a domingo
Horários: quinta a sábado, 21h - domingo, 19h
Lotação: 400 lugares
Duração: 90 minutos
Preço popular na quinta-feira: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia)
Preço: Sexta, sábado e domingo: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia).
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h às 21h; domingo, das 14h às 19h, no próprio teatro.
Internet: basta acessar o portal da FECAP (www.fecap.br) e acessar a página do Teatro.
Central de Ingressos: através do telefone (11) 3089.6999 - De segunda a sexta das 8h às 20h, sábado das 9h às 19h e domingo das 9h às 18h. (Cartão de Crédito: Master, Visa e Dinners e cheques).
Pontos de Venda: Sampa Café (Rua Vieira de Morais, 851 - Campo Belo), Showtickets (Shopping Iguatemi - piso serviços) e Teatro Gazeta (Av. Paulista, 900).
Estacionamento c/ manobrista: R$ 12,00
Acesso para deficientes físicos
Teatro: Ar condicionado e wine bar
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Pérola do Som Imaginário
terça-feira, 8 de maio de 2007
Entrevista: Luís Carlos Maciel
17 de março, sábado fresco no Rio de Janeiro. Comemos uma feijoada e fomos direto ao Leblon, conversar com o Guru da Contracultura: Luiz Carlos Maciel. Já falamos bastante dele no blog: foi editor da Rolling Stone brasileira, colunista do Pasquim, hippie e intelectual.
Maciel nos recebeu sorridente e abriu o apartamento cheio de livros, quadros e mobília antiga. Sentou na poltrona, ligamos o gravador e ele disse:
- Não quero que vocês interpretem como má vontade, mas eu não tenho muita coisa pra dizer, não! Acho que vai ser meio decepcionante, eu penso que pô, as meninas vão achar que eu tô de sacanagem!
Ele começou falando da contracultura...
"Por causa da guerra do Vietnã, uma das manifestações mais dramáticas era a queima de certificados militares. Os rapazes da época queimavam seus certificados de alistamento militar e conseqüentemente se tornavam marginais. Foi dessa marginalização que cresceu o movimento hippie, porque eles viraram hippies, fantasiados, usavam aquelas roupas coloridas, deixavam o cabelo crescer, passavam a fumar maconha o tempo inteiro, tomavam ácido de vez em quando e começou essa chamada contracultura.
Havia uma indignação contra o sistema, contra o mundo organizado que parecia uma organização louca, que destinava a criar guerra, a matar gente e adoecer as pessoas, transformar o homem comum, careta, o homem médio em neurótico que só servia para enriquecer os consultórios dos psicanalistas e coisas semelhantes, então começaram a fazer um tipo de manifestação cultural que procurava fugir dos parâmetros, ser uma coisa contra, uma coisa que a imprensa chamou então de contracultural, eu falo pelos cotovelos, né? Não sei nem o que você me perguntou (risos)".
Depois, falou da valorização do louco...
"A maioria dos meus melhores amigos foram internados. Em culturas primitivas a realidade imediata não era tão estratificada, absoluta, como é na nossa cultura, é uma possibilidade, a realidade tinha infinitas possibilidades. Essa fronteira entre o mago, o iluminado e o louco é meio imprecisa, então a contracultura valorizou até muito o louco.
Muitas pessoas que participaram da contra cultura acabaram em hospícios mesmo, foram internados. Uma das coisas que determinavam esses internamentos era uma substância que foi fundamental na contracultura, foi de uma importância radical, que foi depois sufocada pelo sistema, que foi o ácido de dietilamida, o famoso LSD ou ácido para os íntimos.
A pessoa tinha certeza de que estava experimentando uma expansão da consciência, pode-se dizer que era uma ilusão, mas eu por exemplo não acho que era uma ilusão. Eu sei que quando eu estava viajando de ácido, eu tinha um conhecimento muito mais amplo da realidade do que eu tenho agora nesse momento, eu sei que minha consciência agora está contraída em relação a como minha consciência se encontrava durante essas experiências. Essas experiências com ácido eram muito reveladoras, as pessoas se sentiam oprimidas até mudar sua maneira de viver e de ver as coisas, isso tudo em graus diferentes e modalidades diferentes conforme os indivíduos, tem uns que descobriram que o dinheiro é o mal da humanidade, e é!
Isso é uma coisa indiscutível, todos os louvores são feitos em nome do dinheiro, você não pode condenar o dinheiro, porque na nossa cultura ele é mais sagrado que Deus. Todo mundo aceita o dinheiro como se ele fosse parte da realidade natural, como se fosse o sol, feito a lua, as estrelas, o mar e o dinheiro. O ser humano e o dinheiro são as coisas intocáveis, então o cara toma ácido e ele acha que descobre que esse Deus intocável é um fetiche, é uma sacanagem que foi criada pelo próprio homem, então ele chegava e pegava todo dinheiro que tinha no bolso e rasgava, queimava, louco! E quem rasga dinheiro é louco!
Quem estivesse no estilo de vida da contracultura ou psicodélica saía para se divertir e era considerado maluco, não havia diferença, maluco, tinha enlouquecido, pirou! E o termo para classificar essas pessoas era esse, doidão, muito doido e que nas internas viravam um elogio, 'fulano muito doido' quer dizer grande sujeito, ótimo sujeito, você tem que conhecer porque ele é muito doido".
E a Madalena?
"A viagem de ácido revelava aos rapazes a sua porção feminina,vamos dizer assim... a mulher que tem dentro deles e nas moças a sua porção masculina, o homem que tem dentro delas, se tivessem já uma certa tendência, pronto! Aaah, então diziam assim, 'ah, esses meninos tomam ácido viram bichas, viram bichas porque eles queriam ser bichas'. Mas estavam reprimidos, não ouviam as coisas direito e aí o ácido revela, outros não, outros viam sua parte feminina, viam que isso só enriquecia a personalidade deles, mas não os tornavam homossexuais necessariamente.
Tinha aparecido no mercado clandestino um ácido verdinho, então o mito era que os caras do Yes tinham tomado o ácido para fazer aquele disco e por isso que tinham feito a capa verde. O ácido era verde e tinha uns nomes pitorescos, esse era o green não-sei-o-que. Era um ácido particularmente forte, muito forte mesmo e eu... Bom isso não posso contar.
- Ahhhh pode!!!
Não vou contar porque seria mal interpretado!
- Imagina, hahahahahahaha
Eu tomei esse ácido! Na primeira batida do ácido, a mais forte, eu fiquei completamente desentendido, não sabia aonde eu estava e nem quem eu era, me deu uma baixada mais ou menos eu me recuperei, olhei para minha mulher na época e disse assim: “meu nome é Madalena”. Aí ficaram me sacaneando sempre, diziam: “quero falar com a Madalena!”. Mas nem pintou a Madalena, e não fiquei homo por causa disso não!
- Foi só uma expansão de consciência!
Uma expansão de consciência! Disse bem! Agora você já está entendendo, só tá faltando tomar acido agora também, para saber como é que é na pratica".
- ...
As comunidades hippies: para onde foram os outsiders
"Eu conheci algumas e tudo, tinha uma que eu visitava sempre aqui no Rio de Janeiro, mas nunca morei em comunidade não! O negócio da contracultura, de viver em comunidade, eram todos os desgarrados de família que se juntavam. Também se juntava os tipos mais heterogêneos, né? Então podia acontecer de tudo, era muito difícil, se pra dois viverem juntos já era difícil, imagina uma cambada de gente. E até as coisas como amor livre e etc, acabavam virando briga porque o famoso problema do ciúme não foi superado, nunca vi ser superado, sempre diziam “ahhh não tenho ciúme”, e tinha, e acabavam brigando.
- Você acha que aqui no Brasil pela nossa cultura latina, machista foi diferente da realidade americana?
Não sei, talvez aqui as perturbações tenham sido mais graves.
- E pra onde foram essas pessoas?
Até aí, foram só uns 20 minutos de conversa. Logo mais, o resto da entrevista.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Salve Jorge... Mautner - A Psicodelia Kaótica com K
Eu sou doidão, doidão, doidão
Mas tenho bom coração
Bão ba la lão, bão ba la lão
Ah, me esqueci do resto da canção
Que papelão
("Doidão" - Jorge Mautner)
Virada Cultural - PARABÉNS para a organização da Virada Cultural. Apesar da Globo ter enfatizado o episódio Racionais MCs, o recorte foi mais do que injusto. A cidade estava linda, as pessoas estavam na rua, o Centro de São Paulo estava irreconhecível. Todos respirando arte - todos os tipos de arte. Muito bom! Quem foi, e circulou, concordará. A Sampa romântica da canção...
Bom, voltando ao tema do post: Jorge Mautner
*estamos marcando entrevistas com nomes que não fazem parte da nossa lista de personagens, mas que de alguma forma estão relacionados ao pensamento e à arte psicodélica, para uma parte de depoimentos do livro*
Domingo pós-primeira-rodada de shows, 6 de maio, 8h30 - sim... CEDO. Pouquíssimo tempo de espera e eis que sai do elevador, Jorge Mautner. Instrumento em mãos e mala pronta para embarcar, mas sem antes dar uma simpática entrevista...
Encantador. De inteligência única. Entrei no hotel com receio e saí apaixonada...rs... Brincadeiras à parte, Mr Mautner definiu o indefinível como poucos, apresentou uma nova abordagem da psicodelia - até então pouco explorada por nós, filosofou, e enfim definiu-se como Psicodélico Kaótico com K. Aqui, alguns trechos... o resto... só no livro!
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Neste bate-papo, Mautner faz questão de enfatizar a importância da imagem no contexto psicodélico. Para ele, a psicodelia tem a "missão" de exprimir, tornar paupável, os sentimentos, as imagens, as sensações causadas pelas alucinações psicodélicas estimuladas pelo LSD, pelos cogumelos, mas principalmente pelo espírito romântico.
Interessado no assunto e tentando explicar seu ponto de vista, pergunta quais bandas vamos abordar no livro... Tenho um papel com todas elas anotadas, confesso, para não esquecer... Ele olha...
"Ahhhhhhh... pela lista vc já tem aí... olha só, Som Imaginário, né? O nome já diz e muito. Os outros do nordeste... deixa eu ver aqui... isso! O Ave Sangria! As imagens e os temas deles... O Lula Côrtes e o Zé Ramalho... imagina... é isso: é esse romantismo que tem algo de exaltação, de pirataria, mas tem uma grande preocupação com a harmonia, uma preocupação com a linha, com o equilíbrio, e tb é uma coisa muito trabalhada, o psicodelismo... ele tem ... embora seja muito de irradiar emoções, sons, sensações ele tem uma preocupação muito grande organização tb, uma meticulosidade... em todos eles vc vê."
Sim, ele sabia do que estava falando! Se pararmos para observar as músicas do Ave Sangria, ouvir, sentir a canção, criamos as imagens perfeitamente na cabeça. O apelo visual da banda, tanto nas capas coloridas, quanto nos shows performáticos... Entendemos direitinho a interpretação de Mautner em relação à psicodelia.
"[O Ave Sangria] Tem uma pulsação vital muito forte. Elas já não são músicas depressivas, elas indicam o caminho da alegria - mas uma alegria que ainda não precisa ser só gargalhada... solar... pode ser até uma alegria melancólica, nesse clima de romantismo, impressionismo. Mas eles [os psicodélicos] ainda tem uma preocupação de grande harmonia. Finalizar, de enquadrar direito. Todos eles são muito claros, na intenção"
Mas afinal Sr Jorge, é isso aí? De onde vem essa loucura romântica?
"Cada geração tem que reconquistar a sua liberdade, então sempre vai surgir a novidade... que é a somatória lá de tras né, da pré-história, da nossa história, revoluções transformadas em arte e comunicação, se transfromando continuamente... aliás o Brasil é o exemplo máximo disso por causa da amálgama. "
Tá, ok, entendido!
Falamos de classificações, de definições e ao contrário do que a grande maioria prefere fazer, simplesmente dizer que classificar é errado, ruim, ele filosofa. Classificar, em sua visão, é um jeito de aprofundar e organizar. Desde que não exista a necessidade de se prender aos rótulos, todo tipo de definição é válida. "A classificação é uma tentativa preponderante racional de tentar interpretar a emoção que aquele fenômeno está te despertando. E na profundidade tudo tá parado e em movimento ao mesmo tempo. E na visão intuitiva dessa arte psicodélica você já tem essa junção... como arte", encerrou.
Palmas para Jorge Mautner!
Para quem não conhece... CONHEÇA! www.jorgemautner.com.br
Para os que conhecem e queiram ver... ANTES E DEPOIS:
Jorge Mautner na década de 70, cantando Guzzy Muzzy, do disco homônimo de 1974
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Psicodelia Brasileira recomenda: Tributo ao Rogério Duprat
Oba! Fds cheio em Sampa. Além da Virada Cultural, que já foi destrinchada pela Aline no post abaixo, sábado rola uma balada ótima no Studio SP - pena que os dias coincidem, pena mesmo.
Na festa em homenagem ao maestro Rogério Duprat, tocam Os Skywalkers, Expresso Monofônico e Casa Flutuante - a banda derivada do ótimo Mopho.
Haverá participações especiais de Gerson Conrad, Zé Brasil e Cézar de Mercês, além de exibições de vídeos. E mais: a discotecagem fica a cargo de Luís Calanca.
Vai lá: o Studio SP fica na Rua Inácio Pereira da Rocha, 170, Vila Madalena. A balada começa às 22h e custa R$ 20, mas o preço cai com nome na lista no studiosp@studiosp.org.
Virada Cultural Psicodélica e muito mais!
Virada Cultura Psicodélica!
A programação será concentrada em pólos, com grandes atrações distribuídas por todas as regiões da Cidade. Serão cinco palcos no Centro (Sé, Boulevard São João, Anhangabaú, Vieira de Carvalho e Barão de Itapetininga) com temáticas diferentes (MPB, rock, música clássica, romântica e dança) e outros quatro em pontos estratégicos: Guaianazes (Zona Leste), Pedreira (Zona Sul), Parada de Taipas (Zona Oeste) e Parque da Juventude (Zona Norte).
Os 26 CEU's entram na Virada 2007 com força total. Os shows terão formatos especiais. Pais e filhos famosos se apresentam juntos e haverá shows interativos, com bate-papo envolvendo a platéia durante e depois das apresentações. Entre as atrações já confirmadas estão Mônica Salmaso, Davi e Moraes Moreira, Zé Geraldo e Nô Stopa, Theo de Barros e Ricardo de Barros, Jorge Mautner, Geraldo Azevedo e Naná Vasconcelos.
E o PSICODELIA BRASILEIRA está mais do que representado e RECOMENDA
PALCO PRAÇA DA SÉ
18h- Aguiar e Banda Performática
22h- Sergio Dias
16h- Moraes Moreira e Armandinho tocando o álbum Cara e Coração 1977
PALCO BARÃO DE ITAPETININGA
21h30- Serguei
23h15- A Patrulha do Espaço
1h- Made in Brazil
CEU ALVARENGA
CEU CAMPO LIMPO
CEU PQ VEREDAS
Para os não-paulistanos... Um filme!
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Raízes da contracultura: "De volta para o futuro"
Não se engane pela capa kitsch e pelo pequeno número de páginas. “De volta para o futuro” é uma coletânea de grandes textos de Maciel, escritos para os livros Nova Consciência e Morte organizada, além de colunas do Pasquim. No prefácio, escrito em 2004, o autor resume o espírito de sua geração:
“Não. Não alcançamos a felicidade. Estávamos provavelmente mais perto dela nas décadas abertamente revolucionárias da juventude da minha geração, apesar da violência das repressões externas e internas que então caracterizavam a experiência de estar vivo. Havia um instinto saudável que exigia a transformação, que queria mudar o mundo e a vida em todos os níveis. A primeira manifestação desse instinto foi política mas, em seguida, ele alcançou o comportamento, a postura existencial e a própria dimensão espiritual da experiência de viver”.
Hippismo ingênuo
Maciel estudou nos EUA e se interessou pela contracultura internacional. “Para a contracultura, a razão humana é mais ampla e compreende tanto as imagens dos sentidos quanto a imaginação e intuição”, define. Seu interesse foi classificado pelos intelectuais como um “hippismo ingênuo”. Afinal, como alguém que havia estudado o complexo colonial da cultura brasileira poderia se afundar na cultura estrangeira? Os intelecuais daqui diziam que a contracultura internacional era fruto do “estrangulamento existencial promovido pelas modernas sociedades industriais” e que, por isso, não fazia sentido num país subdesenvolvido como o Brasil. Mas Maciel rebate: o complexo colonial é a assimilação passiva e acrítica – e o que ele pretende é uma compreensão profunda e, a partir daí, a crítica.
Para contar a história da contracultura mundial – e depois adaptá-la à realidade nacional, e à sua própria interpretação – Maciel começa falando da “Bomb Culture”. A sociedade pós segunda guerra cresceu sob temor constante da destruição absoluta – e foram os protestos contra a bomba atômica que ocuparam os jovens intelectuais e artistas antes dos Beatles, a tal beat generation. O símbolo da paz, disseminado pelos hippies mundo afora, é dessa época. O termo “Bomb Culture” é um título de um livro do poeta, músico e pintor Jeff Nutall, que explica o underground partindo de quatro trilhas: música pop, protesto, arte e comportamento existencial marginal do século XX. “Foi a fusão dessas correntes que resultou, com as drogas psicodélicas, no underground, cuja eclosão é assinalada em 1967, pelo surgimento dos hippies e do flower power”, explica Maciel.
A contracultura tem uma série de elementos constitutivos – e o autor fala sobre vários, ao longo dos textos. A seguir, vou tentar explicar resumidamente alguns deles.
As comunidades hippies
Se a idéia da contracultura é criar uma nova sociedade, é preciso que a família - a base das relações sociais - também mude. Para falar das organizações familiares, Maciel evoca Wilhelm Reich, em seus estudos sobre as comunas na união soviética. “Essas comunidades são a forma familiar do futuro. Elas se caracterizam por sua estrutura não-autoritária, pelas relações livres e não compulsivas entre seus membros e pela ausência de repressão sexual”, explica.
Geração mutante
Timothy Leary dizia que a juventude de sua época era composta por seres mutantes, que eram uma guinada no processo de evolução da espécie. Por isso, acabou sendo expulso da faculdade onde lecionava. Maciel explica que, para Leary, “o traço novo mais importante da geração era a vocação religiosa, a tendência natural e espontânea para a experiência mística da consciência cósmica”.
E no Brasil...
A contracultura por aqui, que é o que mais nos interessa, teve regras e características próprias. Maciel diz que Gilberto Gil, em 1969, “forneceu um fundo filosófico influenciado por essas correntes teósoficas ao fenômeno social novo e surpreendente do aparecimento de nossos primeiros hippies pelas estradas do país”. O próprio autor conta que encontrou alguns deles viajando de automóveis – e eles não leram Leary, nem conheciam Buda – eram a resistência tupiniquim, aos modos daqui, às amarras da sociedade.
Eles acreditavam na existência de uma nova geração no planalto de Brasília e sua influência religiosa não estava ligada ao hinduísmo ou ao budismo, mas a correntes ocidentais, como a astrologia. No Brasil, devido à repressão, a imprensa underground era praticamente inexistente, ao contrário dos EUA. Por isso, por aqui, os “ensinamentos da contracultura” eram passados oralmente. “A informação chega pelo ouvido, através de discos de rock ou de papos que, através de um acelerado processo de associação de idéias, desenvolvem-se as formulações mais bizarras e exóticas”, explica Maciel. Contracultura à moda brasileira.
O “segredo transmitido de boca em boca” fazia com que a nossa contracultura crescesse no “segredo e no silêncio”. E o autor dizia que isso era extraordinário: “nesse exato momento, uma alteração profunda de ordem social e cultural se desenvolve, sem análises, sem discussões, sem estudo e – o que é incrível – sem o conhecimento da maioria da população”. E isso define, em grande parte, o recorte que estamos dando ao nosso trabalho: ao que permaneceu esquecido pela maioria.
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Plantando Cenouras - SOM IMAGINÁRIO
Yeeeeeeeeees.... e antes de sair plantando cenouras na cabeça alheia... algumas infos, novidades, não-novidades, balanço geral e pareceres...
A letra que abre o post é de “Cenouras”, canção do Som Imaginário! Antes de falar dos mineirins psicodélicos, algumas considerações:
*Ainda circulando pela feira e conversando com a Amarilis, surgiu o assunto Ronnie Von – que hj é tema de MAIS uma matéria falando da psicodelia, dessa vez na Folha de S.Paulo. Blablablá comentários sobre o relançamento dos discos do moço, blablablá comentários sobre nossa entrevista, eis que surge a revolta prevista pelo Mr. Von – OS FÃS ESTÃO INDIGNADOS COM O RE-LANÇAMENTO DOS DISCOS PSICODÉLICOS SEEEEEEEEEEEEEEM O JINGLE “BAR ÍRIS”. Que derrota, minha gente... Teve quem até mandou devolver o CD depois que viu que a faixa estava faltando! Fica aqui a minha indignação também!
*Assunto II – Queremos agradecer a ajuda de muitaaaaaaas pessoas... a ajuda que vem surgindo do milagroso mundo da internet! Todo o pessoal que está dando um HELP! com contatos, infos, fofocas, histórias e opiniões: obrigadú!
*Assunto III – Falamos com o autor do vinil mais caro do Brasil! SIM!!!! LULA CÔRTES! Muito simpático, extremamente prestativo, ele disse que vem à terra da garoa, logo logo, gravar algumas coisinhas com o Daniel Belleza! Vamo que vamo!
Agora... Som Imaginário!
O Som Imaginário é o pé mineiro do nosso livro. Com uma formação invejável... capaz de deixar os amantes da MPB loucos, eles tocavam ROCK!Rock-jazz-mpb-progressivo-psicodélico. Wagner Tiso (teclados), Luís Alves (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão), Frederyko (guitarra), Zé Rodrix (teclados, voz e flauta), Laudir de Oliveira (percussão), Naná Vasconcelos (percussão) e, ocasionalmente, Nivaldo Ornelas (sax) e Toninho Horta (guitarra) formaram a mezzo quadrilha, mezzo orquestra...rs
Gravaram alguns discos, tocaram com alguns camaradinhas conterrâneos – tipo Milton Nascimento, compuseram trilha pra filme, e viraram lenda! Não ensaiavam, cantavam o que queriam... free-style genial!
Aguardem... em breve: Som Imaginário pra vocês!
Ah... link pra baixar o disco dos moços, no blog rei BR.Nuggets
http://brnuggets.blogspot.com/2006/11/som-imaginrio-som-imaginrio-1971.html