quarta-feira, 27 de junho de 2007

Zé Rodrix e Tavito: por dentro do Som Imaginário

Na última segunda, eu e Aline fomos ao Clube Caiubi entrevistar nada menos do que Zé Rodrix e Tavito, personagens fundamentais na construção do Som Imaginário. Foi incrível! Os dois, muito simpáticos e solícitos, contaram histórias hilárias daquela época que definem como "a melhor de suas vidas". Amigos de décadas, tinha horas em que eles esqueciam da entrevista e lembravam das histórias que passaram juntos. E Zé Rodrix dizia: "lembra, Tavitinho?".



Já falamos um pouco da banda por aqui: era um caldeirão sonoro formado por Wagner Tiso (teclados), Luís Alves (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão), Fredera (guitarra), Zé Rodrix (teclados, voz e flauta), Laudir de Oliveira (percussão) e Naná Vasconcelos (percussão). O dream team da mpb formou-se em 1969, no Rio (não em Minas, ao contrário do que muitos pensam) para acompanhar um estreante mineiro no Teatro Opinião. O show "Milton Nascimento, ah, e o Som Imaginário" foi um tremendo sucesso e rendeu ao grupo seis meses de temporada, fama e um contrato com a Odeon para gravar um disco.


Robertinho Silva, Naná Vasconcelos e Milton Nascimento

"Som Imaginário" saiu em 1970 e colocou o grupo no topo do desbunde. Zé Rodrix e Tavito confirmam as lendas que se formam ao redor da banda: não, não ensaiavam, tocavam de improviso e eram todos muito, muito doidões. A Odeon deu toda a liberdade criativa - e seria um prejuízo se não fizesse isso. Cada instrumento vai para um lado, mostrando as habilidades de cada um dos músicos, num resultado harmônico totalmente vanguardista. E os integrantes... eram daquele jeito: cabeludos, doidões, hippies, maconheiros, magricelas, viviam pelados,pregavam a paz e o amor livre, acreditavam em um mundo melhor. Eles chegaram a tocar na Globo, no programa Som Livre Exportação e acompanharam Gal Costa, que já era diva. E, no underground, viveram o desbunde carioca em sua melhor forma - conviveram com outras bandas vanguardistas da época, como o Módulo 1000, e tocaram no Festival de Guarapari, o famigerado Woodstock brasileiro.

Quase quarenta anos depois, Zé Rodrix e Tavito lembram as boas e as más épocas da banda. Os dois saíram do Som Imaginário por problemas e divergências internas, e caíram no sucesso: Elis Regina gravaria no mesmo ano "Casa no campo" imortal composição dos dois.

Se você for de São Paulo e quiser conhecer Zé Rodrix e Tavito, eles vão direto no Caiubi. Se não, assista a alguns trechinhos do papo:




Um comentário:

Aline Ridolfi disse...

Assista? Tá mais pra ouça, né! hahahahahhahah ainda bem que desistimos de fazer um documentário...