quarta-feira, 14 de março de 2007

Torquato Neto: à margem da margem da margem


Torquato Neto morreu na madrugada seguinte ao seu aniversário de 28 anos... com um ano a mais de idade do que lendas como Hendrix, Joplin, Cobain... foi torto até na morte; torto como o anjo de Drummond.

Também não morreu de overdose. Morreu por vontade própria. Ligou o gás e com o oxigênio foi-se um dos mais significativos poetas brasileiros. Poeta moderno, alcóolatra, cabeludo, taxado como louco, revolucionário, tropicalista.

Torquatália, obra de Paulo Roberto Pires, dividida em dois volume – Do lado de dentro e Geléia Geral, mostra um pouco do gênio, um pouco do insano, um pouco do homem que foi Torquato Neto. Do lado de dentro, primeiro do duo e único que li traz, além de canções, poemas, cartas, roteiros, parcerias, textos, certa transposição do espírito de TN. Íntimo e ao mesmo tempo publicável... Geléia Geral preocupa-se com sua vida jornalística. Reúne textos e referências profissionais do autor.

O homem das grandes parcerias. Da música, do teatro, da poesia, do jornalismo. Uma das cabeças do Tropicalismo. “Escrever já não dá conta das transas do nosso tempo”. Pra entender Torquato Neto, só mesmo com suas próprias palavras.


Tropicalismo para iniciantes:
(...) Assumir completamente tudo o que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra.

Torquatália III
Escolho a Tropicália porque não é liberal mas libertina. A antifórmula superabrangente o tropicalismo está morto, viva a Tropicália. Todas as propostas serão aceitas, menos as conformistas (seja marginal). Todos os papos, menos os repressivos (seja herói). E a voz do outro Brasil canta para você



Como diria Tim Maia: “Leia o livro!”

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