sexta-feira, 27 de abril de 2007

Mais Serguei: relíquia de Zeca Jagger

Quando estávamos na casa de Ezequiel Neves, falando de Serguei, Zequinha teve um estalo. Foi ao quarto e nos trouxe um canudo, enorme, abriu. Dentro, esta relíquia:

Em 1975, ano em que ele, Luís Carlos Maciel e afins eram colegas, Serguei invadiu a redação e deu o pôster de presente para os jornalistas. "Eu acho que nem o Serguei lembra disso", disse Ezequiel.

No detalhe, o autógrafo (clique para ver melhor):



"Sempre rainha, Serguei". Luxo.

As Alucinações de Serguei

Serguei e Janis Joplin



Vcs gostam de Wanderléia? Nãoooooooooooooooooooo
Vcs gostam do Rei Roberto Carlos? NÃOOOOOOOOOOOOOOO
Vcs gostam de Serguei? Cric, cric, cric – silêncio………………..Então eu vou cantar as minhas alucinações!

(trecho de “As Alucinações de Serguei”)

Sergio Augusto Bustamante de pai e mãe... Serguei por vontade própria (“apelido” que ganhou de um amigo russo na infância), o maior outsider do rock nacional, como já disse Kid Vinil, Nelson Motta e muitos outros... UMA BICHA LOUCA, segundo a quase tão louca, ou mais – o amigo Zeca Jagger.

“É impossível contar a historia do rock sem envolver a figura de Serguei, pois foi num festival de rock em Long Island que conheceu Janis Joplin em 1968. Depois viu Jim Morrison tomando coloridas pílulas de Sunshine enterrado num sofá da sala do Motel "La Cienega Boulevard"; e ainda conheceu de perto Jimi Hendrix em Las Vegas. Mas a glória mesmo foi reencontrar Janis em 1970 para uma canja em seu show na boate New Holliday, no Porão 73 no bairro do Leme, Rio de Janeiro.” Luiz Calanca

Pois é, ele é psicodélico – como diz em sua própria música. Entrou para a galeria dos eternos, completa 73 anos em novembro e continua com alma de rock star! Não tem uma pessoa que tenha convivido com ele que não fale nada deste ícone. Era esse o papel dele... ser um personagem – e isso ele fez e continua fazendo muito bem até hoje!

Luiz Carlos Maciel, considerado o guru da contracultura, participou da entrevista coletiva de Janis Joplin ("melhor amiga de infância" de Serguei) aqui no Brasil – ele trabalhava no Pasquim. “Ah superstar, (Janis Joplin) era superstar! Já estourado em 67 e já tinha tido o Woodstock. Aqui (no Brasil) quem conhecia Janis Jopllin eram os fãs, Hélio Oiticica... Eu sentei lá na mesa e quando ela apareceu Hélio Oiticica disse assim: Não entendo como esses caretas dizem que essa mulher é feia? Essa mulher é lindíssima, então pra quem estava ligado ela era lindíssima, uma grande estrela, adoravam a JJ, agora quem não era ligado, nem sabia quem era, ela foi barrada num bar aí, no flag.”

E quem conta essa história com detalhes é ninguém menos que Serguei – amigo da moça – em entrevista à Revista Trip: “Nessa época, eu cantava num buraco chamado New Holliday, no porão 73 do Leme, Copa. Cantava coisas como 'Satisfaction' e 'Tropicália', abria o show da Darlene Glória. Quis levar a Janis lá. O gerente, um português, barrou-a na porta: 'Esta mendiga imunda não pode entrar aqui'. Imagine, num bar de putas a Janis foi barrada! Briguei com o português e ela acabou entrando. Alcione estava cantando 'Upa neguinho'. A Janis logo sentou e pediu vodca - sabe, quando você toma metadona dá muita vontade de beber vodca, e ela fazia tratamento com metadona, na época, pra sair fora da heroína. Tinha uma bandinha tocando, subi no palco e falei 'com vocês, a maior cantora de todos os tempos'. Pedi para os caras a acompanharem, mas eles não sacavam a música, ficaram nervosos. Então ela soltou a voz e cantou 'Ball and chain'. Meu Deus (Serguei emociona-se, chora)... O canto dela era sublime! A boate toda se levantou. Alcione gritou desvairada. Tony Tornado, que também se apresentava ali, tremia todo, sem camisa. O português se ajoelhou aos meus pés e pediu: 'Puta que pariu! Como fui barrar essa maluca? Dá na minha cara, que eu mereço!'. Logo em seguida, ela cantou 'What I'd say', do Ray Charles. Foi lindo, a glória, uma loucura total. A boate inteira nos mandava bebida."

Glamour e pagamento em álcool! Este é SERGUEI!

Pra quem quiser ouvir um "The Best Of" do moço:

Pra quem quiser VER como anda este setentão histórico, um vídeo:

terça-feira, 24 de abril de 2007

Alma rebelde, cara de mocinho

Acabamos de voltar da casa do Ronnie, elegantérrima, no bairro chique do Morumbi.

Visivelmente surpreso com o sucesso repentino que está fazendo - são cinco ou mais entrevistas por dia -, e também bastante cansado, Ronnie foi gentil como esperávamos. Foi uma hora de gravação, cheia de boas histórias e a afirmação clara de que só agora sua fase psicodélica - ou "surrealista", como ele prefere definir - está tendo o reconhecimento que merece.


Ronnie é bem diferente dos outros personagens do livro. Vem de família riquíssima, tradicional, estudou, tem bons modos. Mas, muito jovem, veio para São Paulo (ele é do Rio), largou tudo e foi morar numa pensão mequetrefe no centrão. Claro que a beleza estonteante do rapaz ajudou, e logo ele foi contratado por uma gravadora. Sempre orientado pelo "departamento comercial", ele vendia horrores fazendo versões e músicas bonitinhas.

Hoje, tem horror ao primeiro disco. Ficou puto porque a Universal o relançou. Afirma e reafirma que o estereótipo de bom moço foram os outros que colocaram - e isso ele nunca foi. Os discos malucos dele, entre 68 e 72, foram uma tomada de fôlego, a oportunidade para mostrar quem ele realmente era. E ele afirma isso: aquilo é que era ele, não "Meu bem" ou "A praça".



Ronnie lutou, lutou, lutou contra o estereótipo que lhe colocaram - mas, no fim, acabou se rendendo. Com mágoas, mas se rendeu.

Veja um aperitivo em que explica porque não entrou na onda do ácido:


Mais disso, só no livro. Qdo transcrevermos, colocamos um trechinho aqui.

As muitas faces de Von, Ronnie Von

Hey!
Estamos a caminho da casa de Ronnie Von... UHUUUUUUUUUU... mas antes, alguns vídeos do moço, belíssimo moço, pra quem curte. Não são vídeos psicodélicos mas mostram um pouco da carreira de Ronnie em fases diferentes. Pra quem curte o som, pra quem curte o rapaz, pra quem curte o blog mesmo...rs...

Ladies n Gents, Mr. Ronnie Von!!!!!!

Vídeo 1 - Mantendo a tradição de bom moço, o jovem Ronnie canta "A Praça" na Record



Vídeo 2 - Em 1977, nosso galã protagoniza a novela Cinderela, ao lado de Vanusa



Vídeo 3 - Em 1972 o gato garoto participa do filme Janaina - A Virgem Proibida ao lado de Marlene França, Raul Cortez, Cynira Arruda, Cyl Farney.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Quem te viu, quem te vê

Quem te viu...

Uma das coisas mais divertidas de fazer esse trabalho é descobrir o passado das pessoas. Estávamos eu e a Aline ontem, na casa da Amarílis.

Tradutora da MTV, consultora de músicas, vendedora de discos e o que mais pintar, conheci a Amarílis num barzinho, semanas atrás. Vi que ela tinha muitas histórias pra contar - além de ter crescido com Os Mutantes na Pompéia, produzia shows e festivais na década de 70. Bom, enfim. Ela vai aparecer mais por aqui. Estávamos lá, e ela chamou um amigo, o Jaques, do Kaleidoscópio, um programa de rádio de rock muito famoso na época.

Aí, no meio das ótimas histórias, Amarílis conta o seguinte:

"O Ritchie era quem trazia os ácidos da Inglaterra. Uma vez, eu estava na casa dele, e ele abriu uma caixa de sapato lotada de ácidos. Dava pra encher as mãos"
...quem te vê: capa do último disco de Ritchie, "Auto-fidelidade".


Ps.: Amanhã, 14h30, vamos na casa do Ronnie Von. Alguma sugestão?

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Arnaldo Baptista - Antes e depois dos Mutantes

Aqui vão dois vídeos pra quem gosta de Arnaldo Baptista. No primeiro, ao lado de Gilberto Gil, ele é entrevistado e comenta como foi ser convidado para participar de um festival. Gil conta como descobriram os meninos dos Mutantes e o repórter não se conforma com as declarações de Arnaldo, que deixa a modéstia de lado e fala o que pensa.

O segundo é um Arnaldo pós-Mutantes, século XXI. Dessa vez ao lado do jovem cantor Moisés Santana ele canta "Cê tá pensando que eu sou loki, bicho?", faixa de seu disco Loki?, de 1974.

Com vocês, Arnaldo Baptista!




terça-feira, 17 de abril de 2007

Vendendo meu peixe: Entrevista com Lanny Gordin


Bom... estarei postando pois queria estar vendendo meu próprio peixe....


Ele é rei! Não é Roberto, nem Pelé mas é rei – da guitarra como Jimi Hendrix e outros grandes nomes. E o monarca tupiniquim acaba de lançar mais um de seus projetos, depois de um tempo em retiro. Duos, novo disco de Lanny Gordin, produzido por Péricles Cavalcanti e dirigido por Glauber Amaral chega ao mercado com clássicos – hits e hitmakers da MPB. Nessa entrevista, Lanny fala sobre o que criou de diferente neste CD. Ele explica seu novo jeito de tocar (poisé, ele tem MAIS um novo jeito de tocar), e fala sobre o estilo que criou. Glauber Amaral conta como surgiu a idéia do projeto e Edgard Scandurra revela como foi trabalhar com o mestre guitarrista.


Confira!




segunda-feira, 16 de abril de 2007

Calanca: a moda e os bailes psicodélicos

Mais um pedaço do papo nostálgico com Luis Calanca, em que ele fala sobre a adolescência paulistana entre as décadas de 60 e 70.

A moda...
"A gente falava psicodelia, usava aquelas roupas, fazia os tye dye. Eu me lembro que eu comecei esse movimento, era a calça Lee. Então as pessoas andavam de tergal, a semana toda, e aí ao sábado botava a calça Lee desbotada, que escondiam. Aí começou a ter uma invasão daquelas jaquetas do exército, tudo furada a bala. Chegava contêineres lotados de fardas, que eram tiradas dos pracinhas que foram pro Vietnã mesmo e morreram, e era vendida nos países de terceiro mundo, inclusive no Brasil. O Roberto Carlos inclusive aparece na capa de um disco dele, de 69, 70, que é o que ele tá na areia, com um casaco do exército.


O Rei: casaco de defunto

E depois que começou a onda de silk screen, das pessoas estamparem frases na camisa, inclusive o Caetano fala em Baby. Todo jovem queria passar o que ele tava sentindo, se mostrar, a bandeira dele. As pessoas estavam se trajando igual à Janis Joplin, Jimi Hendrix

...e os bailes
"Quando eu quando vim pra São Paulo fui morar na Zona Leste, em Itaquera, e lá eu pegava baile de segunda a domingo, das 7 as 10. Tinha bailes nos clubes locais, com banda ao vivo tocando todo o sucesso de fora. Você fechava o olho e parecia que tava ouvindo a banda original, tocavam Byrds, Beatles, Jefferson Airplane. Todas essas bandas que faziam sucesso na época. Olha, eu peguei Mutantes várias vezes no circulo militar, no Tietê, no clube Ipiranga.

Naquela época todos os conjuntos tocavam com uniforme, babadozinho. Era comum as bandas usarem uniforme, tinha os donalds, em Itaquera tinha uns nomes engraçados. Os Terráqueos, Módulo k, eram todos bandas descoladas, bem mais famosos no bairro do que muita banda que tem disco hoje. Esses caras eram conhecidos em toda São Paulo e interior, às vezes a gente fazia loucura e ia atrás deles.


Isso acabou com a popularização da discoteca, que era a música mecânica, ficou muito mais barato os caras tocarem disco de vinil. Aí começou a mudar tudo, foi praticamente a falência de todas essas bandas. Aliás, tinha muita banda legal e que passou batido aí, que ninguém chegou a conhecer. Acho que 76 foi diluindo mesmo pra valer, entrou os embalos de sábado a noite e enterrou de vez essa cultura de musica ao vivo. Acabou, todos os salões viraram igrejas evangélicas".

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Notícias

* O grupo está mergulhado em provas, trabalhos e infindáveis textos pra ler. Sim, no último ano, além do tcc, temos outras disciplinas. Nesta e na próxima semana, infelizmente, pensaremos menos do que gostaríamos em psicodelia.

* Em breve, estarão no blog mais trechos das entrevistas com o Luís Calanca e, finalmente, os papos com Fernando Rosa, Nelson Motta, Luís Carlos Maciel e Ezequiel Neves. São muitas horas de gravação, e as transcrições estão correndo meio devagar...

* Graças ao eficientíssimo assessor Maurício, ao que tudo indica, Ronnie será entrevistado ainda neste mês. Extra-Gazeta.

* Só pra lembrar dos tiozões doidões... :

terça-feira, 10 de abril de 2007

Capítulos definidos! Mais um dia...


Zenti, Zenti... tivemos uma reunião com o Welington, nosso orientador, e finalmente definimos os capítulos do livro. Ficou mais ou menos da seguinte forma:

* Ah... vamos procurar conseguir depoimentos de figurões sobre a psicodelia! Vamo que vamo! Agora contamos com todos vocês! Quem tiver contato, informação, fotos, discos, cartazes de shows, conhecidos que estiveram lá na época e etc... nos mandem pliss!!!! Toda ajuda é bem vinda!

Estruturação dos Capítulos do livro:

Considerações:
Os capítulos que envolvem personagens estarão dispostos em ordem cronológica


1º Capítulo

- loucura<=> psicodelia
- contracultura
- drogas
- expressão dos temas acima pelá arte

*Não falaremos de tropicália. Tentaremos introduzir o nosso trabalho focadas nos temas propostos acima.


2º Capítulo

Ronnie Von (1968) (SP/RJ)

Falaremos da experiência psicodélica do cantor. Ele era mauricinho, amado pelas garotas, invejado pelos rapazes. Mas no meio de seu sucesso, Ronnie Von gravou com os Mutantes – banda que, aliás, foi batizada por ele - lançou três álbuns experimentais, considerados os precursores da psicodelia nacional: Ronnie Von (1968), “A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais” (1969) e “A Máquina do Tempo” (1970). Ronnie Von abandonou seu lado pequeno príncipe e investiu pesado no rock psicodélico.


3º Capítulo

Módulo 1000 (1969) (RJ)

Quarteto progressivo carioca, formado em 1969, que teve breve duração. O grupo misturava influências de rock pesado com traços regionais. Lançaram um único álbum (Não fale com as paredes) em 1972 – hoje sonho de consumo de colecionadores. Na Europa o disco marcado por fortes guitarras e faixas instrumentais – além das letras em latim com referências bíblicas, é um clássico muito procurado. Som progressivo e letras em latim.


4º Capítulo

Liverpool (1970) (RS)

Liverpool foi a banda brasileira que mais perto chegou da criatividade mutante na época, porém, seu vinil nunca foi digitalizado por uma grande gravadora e alguns heróis hoje compartilham pela internet o pouco do que sobrou. preste atenção na psicodelia de "olhai os lírios do campo", "impressões digitais" e "voando", todas mostrando o quanto mimi lessa e sua guitarra eram dignos de serem cultuados eternamente. Fughetti luz é autor do hino “campo minado”, imortalizado pela bandaliera e foi um dos grandes responsáveis pela formação do bixo da seda (que saberemos mais num próximo capítulo). hoje vive no interior do estado, porém ainda percorre os becos portoalegrenses produzindo músicos e bandas como a já citada (e extinta) bandaliera e também barata oriental (quarteto oitentista que retornou de longo retiro espiritual em 2004). mas, da psicodelia que o liverpool emanava, ficaram apenas as lembranças. Marcelo zona sul é trilha sonora do filme de 1970. perdido pelas locadoras ou acervos particulares de porto alegre.


5º Capítulo

Spectrum (1971) (RJ)

A banda – formada por seis garotos, na faixa dos 20 anos - foi chamada para fazer a trilha sonora do filme-documentário Geração Bendita, que mostra o cotidiano de uma comunidade hippie. Tudo em condições precárias de gravação e instrumentos de terceira mão. O resultado, o disco “Geração Bendita”, é datado de 1971, só tem músicas próprias. A sonoridade, influenciada por Steppenwolf, faz jus às grandes bandas gringas da época - e permaneceu anos na obscuridade. Recentemente, pesquisadores estrangeiros redescobriram e relançaram o álbum, chega a custar US$ 2 mil no mercado europeu.


6º Capítulo

Som Imaginário (1971) (MG)

Som Imaginário, banda que passeou com maestria nas fronteiras da psicodelia e do progressivo com a moderna MPB e toques de jazz, produzindo clássicos do gênero como Morse, Super God, Cenouras (… "vou plantar cenouras na sua cabeça"). Integraram o grupo em suas várias formações mestres do instrumento, como Wagner Tiso (teclados), Luís Alves (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão), Frederyko (guitarra), Zé Rodrix (teclados, voz e flauta), Laudir de Oliveira (percussão), Naná Vasconcelos (percussão) e, ainda, ocasionalmente, Nivaldo Ornelas (sax) e Toninho Horta (guitarra). Gravaram os discos Som Imaginário (70), Som Imaginário - 2 (71) e Matança do Porco (73), que pra muitos é o álbum mais progressivo do grupo, contendo canções de Wagner Tiso como, "Armina" e a faixa-título, escrita originalmente para o filme "Os deuses e os mortos", de Ruy Guerra, que concorreu ao Festival de Berlim dois anos antes. Também em 1973, participou do LP "Milagre dos peixes", com Milton Nascimento, apresentado, no ano seguinte, em espetáculo gravado ao vivo e lançado em disco.

O grupo foi uma lenda no cenário musical: acompanhou Milton Nascimento em seu show "Milton Nascimento ah!... e o Som Imaginário", marco zero na carreira pop do cantor. O grupo era uma verdadeira farra, não ensaiava nem mesmo para gravar os discos. Apenas chegava e tocava as músicas, em sua maioria, compostas por Tavito. O Som Imaginário era um dos grupos de vanguarda na época e chegou a ganhar, com música "Feira Moderna", de Beto Guedes e Fernando Brant, o prêmio revelação do Festival Internacional da Canção.


7º Capítulo

Marconi Notaro (1973) (PE)

O LP 'No Sub Reino dos Metazoários', de Marconi Notaro, é dos expoentes da cena psicodélica nordestina. Lançado em 1973, enquadra-se na linha de obras como os discos de Lula Côrtes & Lailson - 'Paebirú' e 'Satwa', clássicos da psicodelia nacional.
Ultra-psicodélico em alguns momentos, o disco abre com o samba 'Desmantelado' (composto por Notari em 1968, "nos áureos tempos do Teatro Popular do Nordeste), com o regional formado por Notari, Robertinho de Recife, Zé Ramalho e Lula, entre outros. A segunda faixa, 'Ah Vida Ávida', com 'Notaro jogando água na cacimba de Itamaracá', mais Lula na 'cítara popular' e Zé Ramalho na viola indicam o que vem a seguir, um misto de alucinada psicodelia com pinceladas da mais singela música popular, como o frevinho 'Fidelidade' (... "permaneço fiel às minhas origens, filho de Deus, sobrinho de Satã" ...).


8º Capítulo

Vímana (1974) (RJ)

Vimana é o nome de uma banda brasileira de rock progressivo da década de 1970 que contou com Lulu Santos (guitarra), Ritchie (guitarra), Luiz Paulo Simas (teclados) e Lobão (bateria).
Originalmente, em 1974, a banda contava com Luiz Paulo Simas (teclados) e Candinho (bateria) vindos da banda Módulo 1000 e Lulu Santos (guitarra/vocal) e Fernando Gama (baixo) do Veludo Elétrico.
A banda realizava apresentações e seus integrantes trabalhavam como músicos de estúdio para outros artistas. Candinho sai em 1975, quando Ritchie e Lobão entram para a banda. Essa tornara-se a formação mais conhecida do Vimana. Com sucesso a banda lançou um compacto, "Zebra", pelo selo Som Livre e um LP que é arquivado pela gravadora que alega não haver público para rock no Brasil.


9º Capítulo

Arnaldo Baptista (1974) (MG)

Ele é certamente o artista mais subestimado de toda a história pop brasileira. Músico brilhante, arranjador, letrista, usina inesgotável de idéias, Arnaldo foi o grande líder dos Mutantes, a banda brasileira mais admirada no exterior e que hoje é vítima de um culto que beira o insuportável. Porém, poucos conhecem ou falam da carreira errática de Arnaldo Baptista. Talvez porque ele tenha enlouquecido verdadeiramente, graças às drogas e às suas idéias nem sempre compreendidas pelos outros (e até por ele mesmo). Mas Arnaldo, em uma vida cheia de acidentes (e alguns quase fatais), compôs uma das mais belas obras inspirada na dor, nos delírios e nas imagens particularíssimas de alguém como ele. Loki? é mais do que um disco estranho e até assustador. É a grande obra-prima de um gênio e certamente o mais importante e brilhante (ainda que ninguém concorde comigo) disco do rock nacional.


10º Capítulo

Ave Sangria (1975) (PE)


A banda escandalizou Recife na década de 70. Os garotos passavam batom, usavam roupas estranhas e beijavam-se no palco. Um deles chegou a enviar um cigarro de maconha para Paul McCartney, e foi correspondido. Seu som, rock psicodélico, ganhou as pitadas nordestinas em grande estilo – eram as guitarras elétricas com violar, misturadas a sambas e choros. As letras, totalmente non-sense, faziam a censura pegar no pé da banda. A trajetória do grupo durou pouco, mas marcou definitivamente a história musical de Recife.


11º Capítulo

Lula Côrtes e Zé Ramalho (1975) (PE)

Em 1973, o paraibano Zé Ramalho estava cansado de animar bailes em bandas de iê-iê-iê de João Pessoa e Campina Grande. O pintor Raul Córdula lhe avisou que no Recife havia um pessoal diferente, conhecido pela alcunha de udigrudi pernambucano. Foi pra lá. O guru era Lula Côrtes, um hiperativo que dividia seu tempo entre o desenho e o seu inseparável (e legendário) tricórdio.
No início de 1974 Zé foi apresentado a Lula, que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte (que virou bairro nobre do Recife). Lula lhe falou da Pedra do Ingá e da idéia de fazer um disco inspirado no sítio arqueológico de Ingá do Bacamarte. Paêbirú foi feito em 1975 no estúdio da Rozenblit (empresa fundamental para a história da música pernambucana) e lançado imediatamente. Mas na terrível enchente de julho daquele ano no Recife, as águas do Capibaribe invadiram a fábrica e destruíram praticamente toda a prensagem do disco, com a exceção de 300 cópias que haviam sido levadas para a casa de Lula e Kátia.


12º Capítulo

Serguei * (RJ)

Serguei foi uma das primeiras sintonias com a pré psicodelia em "Eu não Volto Mais" e "As alucinações de Serguei" de 66. Usou e abusou das cores da Tropicália muito antes de flertar com ela na música "Alfa Centauro". E mais tarde, "O Burro Cor de Rosa" e "Eu Sou Pisicodélico". Todas estas, entre outras, estão sendo resgatadas e apresentados às novas gerações via Baratos Afins, que acredita estar preservando parte de nossos valores culturais.

* Serguei começou a carreira de “pessoa psicodélica” em 1966. Não era músico, nem artistas... era uma espécie de performer... por isso não entra na ordem cronológica. É um personagem psicodélico.


13º Capítulo

- Psicodelia hj
- Reflexos dessa psicodelia
- Considerações finais
- Bandas psicodélicas hj
- Influências

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Dark Side of the Rainbow

Lembra daquele papo de colocar "O Mágico de Oz" com a trilha do Dark Side of the Moon, do Pink Floyd? Psicodelia pura:







Via Matias.

Ok, isso não é psicodelia brasileira nem nada... é descanso de feriado! Até segunda!

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Burocracia


Caramba! É mais fácil ir até o Rio de Janeiro e passar uma manhã na casa do Nelson Motta do que se encontrar com Ronnie Von, que trabalha no mesmo prédio da faculdade!

Incrível!

Pérola Negra

Pena indicou mais um vídeo do Lanny, gravado durante o show no Ibirapuera:



Lindo.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Lanny Gordin: Mais um dia

F-E-N-O-M-E-N-A-L! Assim foi a apresentação do Lanny Gordin, sexta-feira, no Auditório Ibirapuera! Se não postasse esse comentário não dormiria tranquila..rs...
Acompanhado pelo Projeto Alfa - Guilherme Held (guitarra), Fábio Sá (baixo) e Zé Aurélio (timbatera), o super-mega-ultra guitarrista deu um baile e mostrou que está muito bem pra tocar! O trio também não fica muito atrás, não... Guilherme segura a onde muitíssimo bem na guitarra, Fábio parece entrar na piração de Lanny e Zé Aurélio só não faz chover na timbatera - ainda!
A apresentação começou com "Corcovado", canção em que desafina totalmente sua guitarra e toca à sua maneira. O primeiro convidado a dividir o palco com Lanny foi Junio Barreto, que mandou bem... mas o ápice... foi o encontro com Edgard Scandurra... outro puta guitarrista.
"não toquei com o Jimi Hendrix, mas toquei com o Lanny Gordin". E.S
Enquanto alguns saiam do espetáculo - Senhor, perdoai - os dois entravam em uma espécie de transe performática.
Não achamos um vídeo melhor... esse tá bem ruinzinho, mas o som... já dá pra ter uma idéia...
E de colher de chá... + Lanny e Projeto Alfa, no segundo vídeo, numa gravação da TV Cultura. Começa com a gal... mas depois de uns poucos segundos: tchãnãaaaa.
Enjoy!







Ah... teve um outro convidado... mas o importante mesmo já foi dito.