terça-feira, 24 de abril de 2007

Alma rebelde, cara de mocinho

Acabamos de voltar da casa do Ronnie, elegantérrima, no bairro chique do Morumbi.

Visivelmente surpreso com o sucesso repentino que está fazendo - são cinco ou mais entrevistas por dia -, e também bastante cansado, Ronnie foi gentil como esperávamos. Foi uma hora de gravação, cheia de boas histórias e a afirmação clara de que só agora sua fase psicodélica - ou "surrealista", como ele prefere definir - está tendo o reconhecimento que merece.


Ronnie é bem diferente dos outros personagens do livro. Vem de família riquíssima, tradicional, estudou, tem bons modos. Mas, muito jovem, veio para São Paulo (ele é do Rio), largou tudo e foi morar numa pensão mequetrefe no centrão. Claro que a beleza estonteante do rapaz ajudou, e logo ele foi contratado por uma gravadora. Sempre orientado pelo "departamento comercial", ele vendia horrores fazendo versões e músicas bonitinhas.

Hoje, tem horror ao primeiro disco. Ficou puto porque a Universal o relançou. Afirma e reafirma que o estereótipo de bom moço foram os outros que colocaram - e isso ele nunca foi. Os discos malucos dele, entre 68 e 72, foram uma tomada de fôlego, a oportunidade para mostrar quem ele realmente era. E ele afirma isso: aquilo é que era ele, não "Meu bem" ou "A praça".



Ronnie lutou, lutou, lutou contra o estereótipo que lhe colocaram - mas, no fim, acabou se rendendo. Com mágoas, mas se rendeu.

Veja um aperitivo em que explica porque não entrou na onda do ácido:


Mais disso, só no livro. Qdo transcrevermos, colocamos um trechinho aqui.

Um comentário:

Paula Lourenço disse...

Aê! Ronnie Von gente bonissíma.